Programa Reescrevendo Cultura

Há mais de 28 anos, a Companhia de Santos Reis Rosa dos Anjos anuncia o nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo nesta cidade e região.  Num auto que agrega fé, música e dança, reúne a crença religiosa à tradição popular. Juntos há 28 anos, este grupo de Cultura Popular, desenvolve seu trabalho com dança e cantoria, celebrando um saber compartilhado que promove a solidariedade entre as pessoas, principalmente na comunidade aqui formada por muitos migrantes vindos de outros estados. À frente destas iniciativas estou eu, Francisco A. Borges de Almeida, mais conhecido como Mestre Chiquinho, cujas raízes foram trazidas de MUZAMBINHO-MG, da herança do Mestre Emílio Rosa dos Anjos, in memorian, e do Norte do Paraná, pelo Contra Mestre Ezequias Barra. In memorian, destes herdamos os saberes em celebrar o nascimento de Jesus através da viagem dos Reis Magos. Sou migrante vindo da Cidade de Bauru, chegando a Hortolândia em 1975 quando era distrito de Sumaré, sete anos depois juntamente com o saudoso Contra Mestre Ezequias fundamos a Companhia de Santos Reis Rosa dos Anjos em 1982 que atualmente coordeno.

 A Herança do Catira e a Viola Caipira vêm do meu Bisavô Amâncio Lopes, descendente de Espanhol que residiu nas Cidades de Monte Mor e Paulínia nas décadas de 1790 a 1880 e meu Pai Lazaro Borges de Almeida todos natural de Monte Mor, que migrou e atuou na região de Bauru de 1935 a 1995.

Temos presenciado a diversidade de talentos em saberes e fazeres da nossa comunidade Hortolândense, resultante da pluralidade de origens. Com objetivo de trabalhar e promover integração dos migrantes, estamos trabalhando o inicio de uma nova história, o fortalecimento cultural através da riqueza dos saberes e fazeres tornando esta Cidade um Pólo Cultural, possibilitando o revelar novos talentos.

O Programa Hortolândia, Reescrevendo Cultura. A Secretaria de Cultura de Hortolândia tem dado apoio logístico e divulgação do projeto, além de intervir e conceder espaços para realização das oficinas. Mas ainda podemos mais, precisamos conquistar maior incentivo e confiança de investidores, em conceder espaços populares e produzir a sustentabilidade.

         Com o objetivo de contribuir com o social, sugerimos a manutenção das oficinas existentes em algumas regiões de Hortolândia e a criação de outras, onde forem necessárias. Sempre conciliando as sugestões que vêm das próprias comunidades e também, oferecer outras onde haja migrantes que queiram contribuir com este projeto. Assim seremos um canal de comunicação entre a comunidade e o poder público, pois é preciso contar com recursos para dar suporte a esses migrantes que desejam interagir e partilhar de seus saberes, para que juntos possamos construir um ambiente que, de imediato, lhes proporcione a prática dos saberes, o auto se valorizar e ser mais útil nesta vida.

Nossos Usuários

Nessa seção você pode descrever os usuários típicos e o porquê de esse projeto ser importante para eles. É interessante motivar seus visitantes assim eles irão retornar ao seu site.

História do Projeto

 

Acompanhar a evolução é um desafio, ou seja, temos uma trajetória onde tudo se transforma, por ações diversificadas. Uma mudança significativa ocorreu por volta de 1960, com a evolução industrial se fez necessário para atender a demanda atual, a principio promoveu uma alta necessidade do humano e sua força física, especializada ou não, o homem deixa o campo e suas origens e levado por um sonho de vida melhor, até hoje existe sinais da partida e abandono de suas origens, o setor urbano absorve então migrantes vindo de todas as regiões do pais, e com isto se formam as grandes metrópoles.
Apenas em três décadas, enquanto o homem se consome em alta produção, não percebe que suas forças não atende a demanda atual, e se vê, sendo substituída pelos resultados do crescente desenvolvimento cientifico e tecnológicos, o homem que foi tirado da terra hoje sofre e natureza chora.
Mas vamos nos ater ao processo migratório, que gera perdas com relação à origem de cada um, porque é fato que o migrante precisou abandonar muitos hábitos e costumes e se adaptar à nova realidade. Aos poucos se percebe a ausência de um programa de informação e uma política de conscientização para evitar a sensação de invadir ou ser invadido. Isto acontece a nivel unerversal, aqui em Hortolândia não pode ser diferente, precisamos de uma ação mediadora.
Para isso é preciso se envolver, buscar informações das origens e procedências das pessoas, se informando para realizar uma avaliação coerente do processo migratório, da contribuição positiva e negativa dessas pessoas que aqui chegaram, aproximando-as do novo ambiente em que se instalaram. É preciso fazê-las sentir parte desse processo de transição para uma ação transformadora e contribuir com a comunidade, criando situações de integração social e sobrevivência.
         O Projeto Reescrevendo Cultura quer revelar os talentos desta cidade, registrar os saberes populares, promover, enfim, a integração do migrante na comunidade para não perder sua referência. Quando cada região receber a caravana de artistas pela cidade, as pessoas serão capazes de reconhecer os talentos individuais e coletivos, que fazem a riqueza do nosso povo. Isso é possível ao lhe proporcionar oportunidades de praticar ou assistir as vivências. Dessa forma a vida terá mais sabor quando o aprendiz divulga seus saberes e entende a importância da continuidade do seu trabalho, preenchendo, assim, aquele vazio que ficou incrustado dentro de si ao deixar suas origens que agora estão próximas de seu viver.
         Com a realização de oficinas e mostras para a transmissão de conhecimentos tradicionais (línguas, ofícios, técnicas artesanais, culinária, conhecimentos relacionados à natureza e cultura oral), podemos reescrever nossa história com um novo olhar, com o lado positivo da mudança, afastando a visão do negativismo e da indiferença, pois cada ser tem a sua qualidade. O saber não ocupa espaço, apenas exige ações preventivas, como este projeto que, além de respeitar e valorizar a diversidade cultural, quer preservar a pluralidade que habita cada canto deste município culturalmente muito rico.